DIAS ABRE O JOGO: ORDEM É ALIMENTAR NOTICIÁRIO RUIM
Senador paranaense Alvaro Dias (PSDB-PR), um dos principais líderes da oposição, abriu o jogo numa rápida entrevista ao blog do jornalista Ricardo Noblat; "precisamos desconstruir a imagem do governo, alimentando o noticiário negativo com ação afirmativa", afirmou; "a instalação da CPI da Petrobras vai ajudar nessa desconstrução"; pelo que se lê nos jornais e revistas, tática de guerra tem funcionado
Qual é a principal missão da oposição nos dias atuais? O senador Alvaro Dias (PSDB-PR), um de seus principais líderes, responde. "Precisamos desconstruir a imagem do governo, alimentando o noticiário negativo com ação afirmativa", disse ele, numa rápida entrevista ao Blog do Noblat. "A instalação da CPI da Petrobras vai ajudar nessa desconstrução."
Ou seja: Dias, praticamente, abriu o jogo. A ordem é alimentar notícias negativas – o que tem dado certo, a julgar pelo que se lê em jornais e revistas – e usar a CPI da Petrobras, cuja instalação será decidida pela ministra Rosa Weber, na próxima terça-feira, para "desconstruir" a imagem do governo.
Leia, abaixo, a íntegra do depoimento de Dias a Gabriel Garcia, publicado no Blog do Noblat:
A presidente Dilma continua na frente nas pesquisas de intenção de votos. Caiu um pouco, passando de 40%, em março, para 37%, segundo o Ibope. Isso é desanimador para a oposição?
Pelo contrário. Os eleitores só vão se preocupar com eleições após a Copa. E vale verificar o ambiente hoje do país. A insatisfação da população com o governo é grande. Isso tende a trazer votos para a oposição.
Então o importante é que ela continue caindo, ainda que pouco?
Há forte tendência de queda de Dilma, verificada a cada pesquisa. Essa tendência vai se avolumar com o noticiário negativo. São as más notícias que desgastam e derrubam o governo. Temos um tempo de maturação para que esse noticiário reflita nas intenções de voto.
Mas a oposição não tem conseguido usar essa insatisfação a seu favor. O que fazer?
A oposição tem que ter clareza no discurso e ser mais afirmativa. Tem que se apresentar como alternativa real de mudança e convencer o eleitoral. Ao mesmo tempo, precisamos desconstruir a imagem do governo, alimentando o noticiário negativo com ação afirmativa. A instalação da CPI da Petrobras vai ajudar nessa desconstrução.
quarta-feira, 16 de abril de 2014
VOX POPULI: DILMA VENCERIA NO 1º TURNO, COM 40%
Pesquisa Vox Populi divulgada nesta tarde aponta a presidente Dilma Rousseff liderando a disputa pelo Palácio do Planalto, com 40% das intenções de voto do eleitorado; adversários do PSDB, Aécio Neves, e do PSB, Eduardo Campos, ficaram estacionados, com 16% e 8%, respectivamente; candidata do PT oscilou um ponto negativo em relação à última pesquisa, feita em fevereiro, mas ainda venceria eleições no primeiro turno
Levantamento realizado pelo Instituto Vox Populi e divulgado pela revista CartaCapital na tarde desta quarta-feira 16 aponta, mais uma vez, a vitória da presidente Dilma Rousseff já em primeiro turno, com 40% das intenções de voto.
Em relação à pesquisa Vox Populi divulgada em fevereiro, Dilma caiu 1 ponto percentual, o que demonstra estabilidade. Os dois adversários praticamente não avançaram sobre os índices da presidente. Aécio Neves, do PSDB, registrou 16%, e Eduardo Campos, do PSB, 8%.
Juntos, os opositores têm 14 pontos a menos do que a presidente, a menos de três meses do início da campanha. O senador Aécio Neves também oscilou um ponto para baixo, comparado com a mostra de dois meses atrás.
Já Eduardo Campos, que nesta semana lançou oficialmente sua pré-candidatura com a vice Marina Silva na chapa, ganhou dois pontos. O candidato do PSC, Pastor Everaldo Pereira, foi lembrado por 2% dos eleitores.
Os pré-candidatos Levy Fidelix (PRTB), Randolfe Rodrigues (PSOL), Eymael (PSDC) e Mauro Iasi (PCB) não registraram nenhum ponto. Votos brancos ou nulos representam 15% dos entrevistados e percentual que não sabe em quem votar ou não respondeu é de 18%.
O instituto ouviu 2.200 eleitores em 161 municípios para realizar a pesquisa, entre os dias 6 e 8 de abril. Os detalhes da mostra serão divulgados nesta quinta-feira 17.
Presidente do diretório paulista do partido rebate em nota a divulgação de um vídeo, pelos tucanos, que mostra o pré-candidato petista Alexandre Padilha pedindo votos para o deputado André Vargas, além de recortes de jornais e imagens de hospitais lotados; vídeo "constitui mais um lamentável capítulo de atitudes que expõe o desejo deste partido de realizar uma campanha de difamação", escreve Emidio de Souza
11 DE ABRIL DE 2014 ÀS 15:12
SP 247 – O presidente do PT-SP, Emidio de Souza, divulgou uma nota criticando a divulgação, pelo PSDB, de um vídeo que mostra o pré-candidato do partido ao governo paulista, Alexandre Padilha, pedindo votos ao deputado licenciado André Vargas (PT-PR), alvo de investigação do Conselho de Ética da Câmara por suspeita de favorecer os negócios do doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal.
"A divulgação de um vídeo na internet usando a imagem do ex-ministro Alexandre Padilha feita pelo PSDB constitui mais um lamentável capítulo de atitudes que expõe o desejo deste partido de realizar uma campanha de difamação, com claro objetivo de desviar a atenção do real debate de interesse da sociedade", diz Emidio na nota. Ele acrescenta: "não aceitaremos a política rasteira que o PSDB tenta impor".
O vídeo é da campanha eleitoral de 2010 e, nele, Padilha pede votos para Vargas no horário eleitoral do Paraná. Os tucanos acrescentaram a esta imagem recortes de jornais e revistas. A edição divulgada pelo PSDB-SP mostra ainda hospitais lotados no estado. O vídeo foi publicado em diversas páginas do Facebook e do Twitter nesta quinta-feira 10.
O presidente do PSDB paulista, vereador Floriano Pesaro, comentou que o objetivo era "mostrar o nível de irresponsabilidade do ex-ministro Alexandre Padilha. Ele foi avalista de um sujeito que é sócio um dos maiores doleiros do Brasil que está sendo investigado pela Polícia Federal". Para Emidio de Souza, os tucanos tentam, com a edição, "manipular a verdade dos fatos" aos eleitores. Leia a nota do PT-SP:
Nota do presidente do PT-SP sobre vídeos contra Padilha Vamos continuar travando um debate propositivo, que colabore para a realização de uma campanha franca, onde quem sai ganhando é o povo paulista
A divulgação de um vídeo na internet usando a imagem do ex-ministro Alexandre Padilha feita pelo PSDB constitui mais um lamentável capítulo de atitudes que expõe o desejo deste partido de realizar uma campanha de difamação, com claro objetivo de desviar a atenção do real debate de interesse da sociedade. Ao tentar induzir a população ao erro, o PSDB tenta abafar as vozes que cobram explicações sobre os desmandos na condução dos processos licitatórios do Metrô em São Paulo e na inação, falta de obras e de transparência na condução de políticas públicas para evitar o racionamento de água no estado. Nem mesmo para assumir o racionamento de água, eles se mostram honestos e competentes, preferindo maquiar a falta d'água ao chamá-la de "rodízio", como se rodízio não significasse racionamento por algum período nas residências do estado.
Não aceitaremos a política rasteira que o PSDB tenta impor.
Fazer colagem de recortes de jornais e revistas e intercalá-las com imagens completamente descontextualizadas só deixa claro ao eleitor o desejo do PSDB de manipular a verdade dos fatos. Não será esse o debate que o Partido dos Trabalhadores fará. Vamos continuar travando um debate propositivo, que colabore para a realização de uma campanha franca, onde quem sai ganhando é o povo paulista.
Emidio de Souza, presidente estadual PT-SP
quarta-feira, 9 de abril de 2014
O GRANDE SEGREDO DE LULA
EDUARDO GUIMARÃES
Ele não tem ódio. Lula não se deixa embriagar pelo rancor. Ele se diverte com os ataques que recebe, mas não nutre sentimentos negativos
A primeira vez em que entrevistei Lula foi em 24 de novembro de 2010, no Palácio do Planalto, a pouco mais de um mês de ele deixar a Presidência. Aquela entrevista marcou o fim de uma era em que a mídia e a oposição demo-tucana eram enfrentadas diuturnamente pelo então presidente.
Desde o avanço conservador viabilizado pelo escândalo do mensalão a partir de 2005, Lula passou a travar um forte debate retórico com seus adversários e não parou até o último dia de seu governo. Resultado: deixou o Planalto com mais de 80% de aprovação.
Apesar de tolhido pela liturgia do cargo, naquela entrevista de algumas poucas horas em 2010 Lula travou mais debate político com seus adversários do que a presidente Dilma em 3 anos e 3 meses.
Da posse de Dilma em diante, porém, o governo federal tratou de tentar estabelecer uma convivência “civilizada” com os adversários.
Já no primeiro mês de 2011 a presidente foi à festa de 90 anos do jornal Folha de São Paulo, depois foi ao programa Ana Maria Braga e nunca mais objetou qualquer ataque da mídia ao seu governo.
Ao longo de seu primeiro ano, Dilma assistiu a mídia derrubar uma série de ministros, um a um. Em alguns casos, como o do comunista Orlando Silva, então ministro do Esporte, houve grave injustiça. Nem uma única denúncia da mídia contra ele se comprovou.
Não estou criticando Dilma. Acho que ela fez muito pelo país. Só quem sabe quanto sofreram outros povos com a crise econômica internacional é capaz de avaliar como ela foi competente ao longo dos últimos três anos e tanto; impediu os brasileiros de pagarem a conta de uma crise que pôs o mundo de joelhos.
Em minha opinião, Dilma fez um governo igual ao que Lula teria feito se tivesse permanecido no cargo. Aliás, talvez ela tenha ido ainda mais para a esquerda do que ele. Ousou mais, inclusive. Até pelas condições que herdou do antecessor…
É doloroso ver a mídia tentar carimbar na testa de Dilma a pecha de “incompetente” após ela ter impedido que os brasileiros pagassem o custo de uma crise desse quilate. Gerou uma quantidade imensa de empregos, os salários continuaram subindo, a inflação se manteve sob controle, conduziu com brilhantismo o primeiro leilão do pré-sal.
A despeito disso tudo, Dilma não desfruta da mesma boa situação de Lula em termos de popularidade. Simplesmente porque Dilma não é Lula. Aliás, só Lula é Lula.
Dilma não é política, é uma técnica. Debutou em eleições em 2010. E o fez com igual brilhantismo. Mas Dilma não rebate o alarmismo e o pessimismo como Lula fazia. Não se comunica com o povo, com os movimentos sociais, mantém-se focada apenas na governança.
Dilma é uma gerente.
Gerenciar o governo é necessário. Claro que, sendo presidente, ocupando um cargo político, essa gerência tem que ser temperada com uma pitada de política e isso ela faz. E saberá fazer mais, quando chegar a hora. Até porque, já fez em 2010. E com muito menos tarimba do que tem hoje.
Na última terça-feira, porém, Lula entrou em campo. Deu entrevista a blogueiros, entre os quais este que escreve. Só que, desta vez, liberto da liturgia do cargo de presidente, ele falou tudo que tinha entalado na garganta, provocado pelos blogueiros que o arguiram.
Neste ano eleitoral, pois, Lula fará o que Dilma não pode – por ser presidente – e o que pode mas não tem toda aquela habilidade para fazer.
Lula, mais uma vez, colocará em campo a sua tonitruante popularidade e, assim, será, de novo, fiador da presidente junto aos que pedem que ele volte por não quererem votar nela, por razões variadas.
Nesta segunda entrevista com o presidente emérito da República Luiz Inácio Lula da Silva, porém, pude obter dele o que não obtivera em 2010: descobri o segredo de sua exitosa trajetória política.
Lula foi arguido de todas as formas e sobre uma miríade de temas propostos pelos blogueiros na entrevista de cerca de três horas que lhes concedeu no Instituto que leva seu nome – e que o leitor poderá conferir ao fim deste post.
Não irei, porém, reproduzir, ponto a ponto, suas respostas. Isso já foi feito à exaustão por uma imensidão de jornalistas.
A entrevista teve uma enorme repercussão. Chegou a ter o link da transmissão por streaming veiculado em manchete principal dos maiores portais da internet (UOL, G1, Estadão etc.). Muitos viram e relatos do que ocorreu não faltaram.
Quero ficar, pois, na percepção que consegui extrair da figura humana de Lula quatro anos após a primeira oportunidade que tive para tanto.
Finalmente descobri o grande segredo de Lula, que lhe permitiu chegar aonde chegou: ele não tem ódio. Lula não se deixa embriagar pelo rancor. Ele se diverte com os ataques que recebe, mas não nutre sentimentos negativos.
Muito disso se deve ao fato de que não perde tempo com leituras das “reportagens”, dos editoriais, das colunas que pouco encerram além de opinião, mesmo quando prometem fatos e não opiniões.
Os blogueiros conversamos com Lula por mais de quatro horas, desde que chegamos ao seu Instituto até a hora em que ele nos deixou. Ninguém se cansou. Pelo contrário: ele tempera suas falas com bom humor, conta “causos” envolvendo desde chefes de Estado das maiores potências até os dos menores países dando a todos a mesma importância.
Ficamos sabendo, por exemplo, que o ex-ditador egípcio Hosni Mubarak era uma figura detestada por todos nos encontros de chefes de Estado. Antipático, arrogante. Lula nunca gostou dele, quem, inclusive, isolava-se de seus pares. Chegava, discursava e se mandava.
O que me surpreende em Lula, porém, é a forma como se refere aos que o atacam há décadas com todo ímpeto possível e imaginável. E mesmo aos que não o atacam diretamente, mas atacam.
Vejam o caso de Joaquim Barbosa. Não há raiva. Lula se limita a dizer que, sob os critérios que usou para indicá-lo para o STF – ser o jurista negro com melhor qualificação para o cargo de ministro daquela Corte –, repetiria a indicação.
E manda uma espécie de aviso ao escolhido: seu comportamento é de sua exclusiva responsabilidade.
Sem se deixar contaminar pelo ódio que lhe dedicam, Lula preserva sua capacidade de raciocínio – e, de quebra, até uma elogiável generosidade para com os seus detratores.
Com a alma leve é mais fácil fazer escolhas, traçar estratégias, refletir muito antes de agir – aliás, outra tática de Lula para as decisões políticas exitosas que tomou ao longo da parte de sua vida em que venceu o preconceito e se elegeu.
As receitas de vida de Lula são simples e recomendáveis. E as receitas políticas, idem. Ele recomenda ao governo que não deixe as críticas à gestão sem resposta, que rebata cada distorção. Inclusive, dá a mesma receita à Petrobrás. Já deu, pois, todas as dicas. Falta o governo assimilá-las
terça-feira, 8 de abril de 2014
GABRIELLI: DADOS SOBRE PASADENA SÃO "MENTIROSOS"
Ex-presidente da Petrobras disse que foi convidado pela bancada do PT na Câmara para "esclarecer fatos e combater as versões fantasiosas e eleitoreiras que estão sendo veiculadas" sobre a compra da refinaria pela estatal, em 2006; segundo ele, a Petrobras pagou US$ 486 milhões, e não US$ 1,1 bilhão por Pasadena; além disso, Gabrielli explicou que o grupo belga Astra Oil não pagou apenas US$ 42 milhões na parte da refinaria porque teve que pagar dívidas que passaram de US$ 200 milhões; "uma mentira repetida inúmeras vezes vira verdade", disse José Sérgio Gabrielli; encontro aconteceu a portas fechada.
Carolina Gonçalves - Repórter da Agência Brasil
O ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli disse hoje (8) que as informações divulgadas sobre a compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, são "mentirosas", ao falar sobre o negócio com deputados petistas. Entre as informações apresentadas pelo ex-dirigente da estatal, está a de que o preço pago pelo sócio belga Astra inclui, além dos US$ 42 milhões já conhecidos, o pagamento de dívidas que chegariam a mais de US$ 200 milhões. Além disso, o preço pago pela Petrobras foi US$ 486 milhões, e não US$ 1,1 bilhão, segundo garantiu.
Como em outras vezes em que esteve no Congresso Nacional para falar sobre o assunto, Gabrielli mostrou números que, segundo ele, comprovam que o negócio transcorreu de forma legal e adequada. A compra da refinaria está sendo investigada pela Polícia Federal, pelo Tribunal de Contas da União, Ministério Público e Congresso Nacional por suspeita de superfaturamento e evasão de divisas. Os parlamentares governistas que participaram do encontro a portas fechadas se declararam tranquilos em relação ao negócio.
Segundo Garbielli, nas contas que vêm sendo divulgadas, não têm sido incluídos os valores que o grupo belga Astra Oil, responsável pela compra da outra metade das ações da refinaria, em 2006, pagou em dívidas, passivos trabalhistas e investimentos para adequação ambiental daquela indústria.
O ex-dirigente da estatal explicou que foi convidado pela bancada do partido para "esclarecer fatos e combater as versões fantasiosas e eleitoreiras que estão sendo veiculadas". Segundo ele, "uma mentira repetida inúmeras vezes vira verdade". De acordo com o ex-presidente, o grupo belga Astra não pagou apenas US$ 42 milhões na parte da refinaria porque teve que pagar outros valores em dívidas que chegaram a mais de US$ 200 milhões.
"E a Petrobras pagou US$ 486 milhões, e não US$ 1,1 bilhão. A diferença foi referente a estoques que foram vendidos, despesas bancárias para garantir a comercialização do produto e despesas judiciais. Foi um negocio absolutamente normal", detalhou.
Segundo ele, outra ideia falsa "implantada" pela oposição é a de que a compra foi um mau negócio. "Foi um bom negócio, que refletiu a estratégia [da estatal] de conseguir refino nos Estados Unidos. É falso dizer que foi ruim", disse. A explicação de Gabrielli é a de que a refinaria é um negócio que foi afetado pelas mudanças no mercado decorrentes da crise internacional de 2008 e do aproveitamento do gás de xisto pelo mercado norte-americano.
Na conversa com jornalistas, depois da reunião da bancada do PT, o ex-presidente da Petrobras ainda explicou que a cláusula Marlim foi considerada inválida pela Justiça dos Estados Unidos, na disputa judicial entre a Petrobras e a Astra. Ele ainda disse que a cláusula do tipo Put Option também não prejudicou a estatal "É um acordo de divórcio. Uma cláusula normal quando se refere a grandes negócios. Continuo defendendo que o negocio foi correto", disse.
As cláusulas foram omitidas em um resumo executivo elaborado pela área internacional da Petrobras, comandada pelo ex-diretor Nestor Cerveró. O documento provocou uma crise depois que o Planalto divulgou nota explicando que a autorização do negócio dada pelo conselho de administração da empresa, presidido na época por Dilma Rousseff, então ministra da Casa Civil, se baseou em relatório com informações incompletas sobre o negócio.
Gabrielli acrescentou que quem tomou a iniciativa de entrar na Justiça em 2008 foi a Petrobras, que queria modernizar a refinaria. Em julho de 2008, o grupo Astra entrou contra a Petrobras alegando que tinha que ser aplicada a cláusula Marlin. "Em 2012, a Justiça concluiu que a cláusula Marlin não é válida e que o cálculo seria feito a partir da Put Option, considerando os termos do contrato original, dentro das condições econômicas da época", explicou.
Com as informações nas mãos, o PT decidiu que não vai tentar dialogar com a oposição para tentar barrar os impasses em torno da instalação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para apurar as denúncias. "Quem disse que não queremos CPI?", questionou o líder do PT na Câmara dos Deputados, Vicentinho (SP), ao falar das assinaturas recolhidas para uma comissão de inquérito ampliada para investigar outras denúncias, como o do metrô de São Paulo. "Estamos dispostos e queremos que a Mesa [do Congresso] defina, para apurarmos todos esses casos", afirmou.
A compra da refinaria é um dos negócios da Petrobras que estão na lista de investigação que partidos da oposição querem fazer no Congresso, a partir de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI). Mas a instalação desse colegiado e as dimensões que a CPI deve ter, tanto em relação ao objeto de apuração quanto ao tamanho (se uma CPI exclusiva do Senado ou mista) ainda esbarra em impasse entre as bancadas da oposição e do governo.
sexta-feira, 4 de abril de 2014
DATAFOLHA FOI FEITO SOB MEDIDA CONTRA DILMA
Questionário do instituto do grupo Folha, de Otávio Frias Filho, traz uma série de perguntassobre insegurança, Pasadena e risco de apagão; estrutura das perguntas tende a criar um certo mal-estar no entrevistado e, por isso, deve apontar índices menores da presidente Dilma Rousseff e maiores dos oposicionistas Aécio Neves e Eduardo Campos; resultado sai apenas no sábado, mas a especulação já corre solta na Bovespa, onde as estatais registraram ontem fortes altas
247 - A pesquisa Datafolha que será divulgada neste fim de semana deve apontar queda da presidente Dilma Rousseff e alta dos oposicionistas Aécio Neves, do PSDB, e Eduardo Campos, do PSB. O motivo para isso é a própria estrutura do questionário preparado pelo Datafolha, que foi obtido pelo 247.
Uma análise linguística demonstra que o questionário gera uma percepção de mal-estar nos entrevistados, segundo análise do siteMudamais.com.
A intenção de voto para presidente da república é abordada em oito questões. No entanto, antes disso, são colocadas quatro sobre a percepção do governo Dilma, três sobre a percepção do país atual, sete sobre a percepção da economia, quatro sobre violência, duas sobre a Copa do Mundo, uma sobre os protestos de junto, cinco sobre a questão da refinaria de Pasadena, comprada pela Petrobras, cinco sobre a percepção de emprego e três sobre a falta de chuvas e o abastecimento de água e energia – neste caso, com um detalhe: embora São Paulo esteja à beira de um racionamento de água, o problema é apresentado como federal, capaz de produzir apagões.
Segundo o professor Dioney Moreira Gomes, do Departamento de Linguística da Universidade de Brasília, a sequência e os termos usados na pesquisa do instituto Folha, de Otávio Frias Filho, demonstração tendenciosidade e o desejo de produzir um resultado: queda da presidente Dilma, alta dos oposicionistas.
A revista começa pela percepção sobre alta dos alimentos (clique nas imagens para ampliá-las):
O verbo notar já pressupõe alteração, ou seja, traz carga de indução. Em seguida, vem violência:
A palavra agressão é um termo bem abrangente do que assalto ou roubo. Serve até para uma briga de trânsito ou uma discussão no trabalho. No entanto, a resposta positiva pode ampliar a percepção sobre violência.
Depois disso, vem a Copa:
Aqui começa a se revelar a importância da sequência das perguntas. Após ser aproximado de uma realidade de violência em três momentos (perguntas 24, 25 e 26), o entrevistado ouve uma pergunta sobre Copa do Mundo. E a percepção positiva de um evento festivo nem chega perto da associação de ideias. A tendência de resposta vai ser negativa, contrária.
“Por trazer duas impressões distintas, a impressão pessoal e a coletiva, essa pergunta permite respostas contraditórias. Se você for fanático por futebol, eis a brecha para dizer que a Copa vai ser positiva – e ainda pode dizer que o evento vai ser negativo para o resto do Brasil”.
Na sequência de oito perguntas anteriores, o entrevistado foi levado a pensar em insegurança, violência, alta de preços e Copa do Mundo realizada em momento inapropriado. Esta pergunta fala de protestos. Ainda que o entrevistado não tenha ouvido falar em protesto nenhum, ele vai inferir que, se há protesto, é porque algo está errado. Eis o motivo pelo qual uma única pergunta sobre protestos é mais que suficiente neste questionário Datafolha.
Mais uma vez, destaca. Em seguida, depois de dez questões que o induziram a pensar em caos, o entrevistador quer saber do entrevistado suas impressões a respeito da questão da compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras.
Outro detalhe: “Tomar conhecimento” significa estar por dentro dos fatos; “não tomar conhecimento” é estar por fora. A tendência de resposta do entrevistado é de que sim, tomou conhecimento – ainda que nem saiba do que se trata. Mas isso não é motivo para preocupação, pois o Datafolha induzirá as próximas respostas. Acompanhe.
Segundo o professor da UnB, o leitor é induzido a responder a segunda opção. Com um raciocínio simples: “ainda que eu não tenha ouvido falar em nada, se algo aconteceu de errado tem a ver com maracutaia, corrupção”, explica Dioney.
Na sequência, o questionário Datafolha chegou à pergunta que, para Dioney, equivale à que foi feita a respeito do ex-presidente Lula à época do mensalão. A intenção aqui é imputar a culpa na presidente. E as perguntas seguintes ajudam a sacramentar no entrevistado a ideia de que algo muito errado se passa na Petrobras.
Depois disso, vêm as chuvas, capazes de produzir um racionamento de energia, mas não a falta de água em São Paulo.
O Datafolha trará as respostas a todas essas indagações no próximo fim de semana, quando serão divulgados os resultados da pesquisa registrada no TSE sob número PO 813739.
Mas o resultado já é previsível. Tanto que a especulação corre solta na Bovespa, onde, ontem, as ações de estatais dispararam – diante da perspectiva de queda da presidente Dilma.
terça-feira, 1 de abril de 2014
1º DE ABRIL DO PT MOSTRA 13 MENTIRAS CONTRA DILMA
Dia 1º de abril é considerado o dia da mentira, quando tradicionalmente as pegadinhas correm soltas; o PT, porém, resolveu ir na contramão e postou, na página da presidente Dilma no Facebook, administrada pelo partido, uma lista do que chama de "13 mentiras que contam para você sobre o governo Dilma Rousseff"; constam ali críticas de paralisação da economia, inflação em alta, descaso com a saúde, crise no setor energético, entre outros
1 DE ABRIL DE 2014 ÀS 14:50
247 - O dia 1º de abril é considerado o dia da mentira, quando tradicionalmente as pegadinhas correm soltas mundo afora. O Partido dos Trabalhadores, porém, resolveu ir na contramão e postou, na página da presidente Dilma Rousseff que administra no Facebook, uma lista que chama de "13 mentiras que contam para você sobre o governo Dilma Rousseff".
Na postagem, estão os temas centrais do discurso da oposição, como paralisação da economia, investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), inflação em alta, sucateamento da indústria, descaso com a saúde, piora nos indicares da educação, aparelhamento da máquina pública, descontrole das finanças públicas, má gestão das empresas estatais, investimento no Porto de Mariel, em Cuba, investimentos em infraestrutura, obras da Copa e crise no setor energético.
A lista rebate cada uma das críticas e, 12 horas depois de ter sido publicada na página pessoal da presidente na rede social, contabilizava mais de 2,1 mil compartilhamentos e mais de 3 mil curtidas. Veja aqui o post com as 13 mentiras da oposição sobre o governo Dilma, segundo o PT.
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1º DE ABRIL DO PT MOSTRA 13 MENTIRAS CONTRA DILMA
Dia 1º de abril é considerado o dia da mentira, quando tradicionalmente as pegadinhas correm soltas; o PT, porém, resolveu ir na contramão e postou, na página da presidente Dilma no Facebook, administrada pelo partido, uma lista do que chama de "13 mentiras que contam para você sobre o governo Dilma Rousseff"; constam ali críticas de paralisação da economia, inflação em alta, descaso com a saúde, crise no setor energético, entre outros
1 DE ABRIL DE 2014 ÀS 14:50
247 - O dia 1º de abril é considerado o dia da mentira, quando tradicionalmente as pegadinhas correm soltas mundo afora. O Partido dos Trabalhadores, porém, resolveu ir na contramão e postou, na página da presidente Dilma Rousseff que administra no Facebook, uma lista que chama de "13 mentiras que contam para você sobre o governo Dilma Rousseff".
Na postagem, estão os temas centrais do discurso da oposição, como paralisação da economia, investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), inflação em alta, sucateamento da indústria, descaso com a saúde, piora nos indicares da educação, aparelhamento da máquina pública, descontrole das finanças públicas, má gestão das empresas estatais, investimento no Porto de Mariel, em Cuba, investimentos em infraestrutura, obras da Copa e crise no setor energético.
A lista rebate cada uma das críticas e, 12 horas depois de ter sido publicada na página pessoal da presidente na rede social, contabilizava mais de 2,1 mil compartilhamentos e mais de 3 mil curtidas. Veja aqui o post com as 13 mentiras da oposição sobre o governo Dilma, segundo o PT.
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CPI MIRA SÓ A SUPERFÍCIE. DISPUTA REAL É PELO PRÉ-SAL
Ao discutir com empresários sua agenda para a economia, o presidenciável Aécio Neves (PSDB-MG) antecipou que pretende rever o modelo de partilha no setor de petróleo, retomando as concessões; segundo ele, o Brasil está atrasado na competição por recursos para o setor; "nos últimos anos, foram investidos US$ 300 bilhões e o Brasil não está mais sozinho", disse ele; "foram feitas novas descobertas no Golfo do México e na costa africana"; no governo federal, a proposta de Aécio é vista como a entrega do pré-sal a investidores internacionais
Numa palestra em que a declaração que mais repercutiu foi política ("tanto faz enfrentar Dilma ou Lula"), o presidenciável tucano Aécio Neves (PSDB-MG) antecipou também um ponto importante de sua plataforma econômica. No encontro promovido pelo Lide, ele afirmou que pretende rever o modelo de partilha no setor de petróleo e retomar o projeto de concessões. "Acredito que as concessões são a melhor forma de atrair investimentos", disse ele. "O problema é que o Brasil não está mais sozinho. Nos últimos anos, dos US$ 300 bilhões que foram investidos, nada veio para cá, até porque houve novas descobertas no Golfo do México e na costa africana".
O modelo de partilha, implantado depois da descoberta do pré-sal, é um tema caro à presidente Dilma Rousseff. O ápice desse modelo ocorreu na venda de Libra, campo que foi arrematado pela Petrobras, em parceria com a Shell e com duas empresas chinesas. Na ocasião, Dilma convocou cadeia nacional de rádio e televisão para enaltecer o resultado do leilão. Os defensores da partilha argumentam que não faz sentido apenas leiloar essas bacias, uma vez que já existe a comprovação da existência do petróleo.
Os críticos desse modelo alegam, no entanto, que o modelo gera ônus excessivos para a Petrobras e que seria necessário abrir o setor a outros investidores.
Essa disputa entre partilha versus concessões foi também abordada pelo site Tijolaço no post abaixo:
Aécio diz em público o que Serra cochichava: quer o fim do modelo Lula no petróleo
Uma pessoa presente à palestra de Aécio Neves hoje, numa associação de empresários, relata que, ao prometer “reestatizar” a Petrobras, Aécio Neves admitiu rever o modelo de partilha do petróleo da camada pré-sal, instituído por Lula e que garante não apenas que o Estado brasileiro fica com parte da produção como assegura que a Petrobras seja a operadora única, com pelo menos 30% de qualquer consórcio privado que receba o direito de explorar o óleo.
Não é, a rigor, novidade.
O tucano já havia defendido a volta ao modelo de concessão de Fernando Henrique Cardoso em outubro do ano passado.
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