A Justiça Federal em São Paulo acaba de autorizar o pedido de abertura de inquérito. O juiz Marcelo Costenaro Cavall justificou que a existência de indícios contra Matarazzo e a falta de todos os documentos enviados por autoridades suíças que investigam o caso faziam jus a abertura de um inquérito policial específico.
Dois então auxiliares de Matarazzo na secretaria de Energia estão sendo acusados de terem recebido propinas de R$ 23,3 milhões para beneficiar a Alstom em contratos para venda e manutenção de trens. José Sidnei Colombo Martini e Celso Sebastião Cerchiari eram diretores da Empresa Paulista de Transmissão de Energia (EPTE).
Reportagem publicada em 2000 pela Folha de S. Paulo conecta as propinas pagas pela multinacional no País e o caixa dois da campanha à reeleição de FHC, em 1998. A matéria diz que pelo menos R$ 10,1 milhões não foram declarados ao Tribunal Superior Eleitoral. Do total, a maior parte, segundo planilha feita pelo ex-ministro Luiz Carlos Bresser Pereira, havia sido arrecadada por Matarazzo.
“No que diz respeito especificamente a Angelo Andrea Matarazzo, pessoas submetidas à sua esfera de comando hierárquico foram tidas como beneficiárias de propinas. Além disso, há ao menos indício de que o próprio partido político ao qual é filiado e a própria Secretaria de Energia dirigida por ele – conquanto em curto espaço de tempo – tenham sido beneficiários de valores indevidos”, escreveu Cavali em sua decisão.
O juiz rejeitou argumentação da defesa de que o fato a ser apurado é indeterminado, e de que Matarazzo se vê “ilegitimamente submetido a alto grau de constrangimento”.
No mesmo inquérito serão investigados Eduardo José Bernini, ex-presidente da Eletropaulo, e os executivos franceses da Alstom Michel Louis Charles Mignot, Yves Jaques Marie Barbier de La Serra e Patrick Paul Ernest Morancy.
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